Folha de São Paulo, 02/03/2009.
NOSSOS JOVENS universitários estão voltando às aulas. Isso me lembra que oprincipal desafio das instituições educacionais no mundo atual é ofereceraos estudantes a base que lhes permita transformar cada instante da vidaprofissional futura em uma oportunidade de aprendizado, de participação e deautodesenvolvimento, que é uma condição para o crescimento de cada um e dasempresas às quais servirão.
Nesse sentido, as universidades precisam formar indivíduos críticos, capazesde conferirem riqueza, inovação e versatilidades às organizações que osatraiam, enquanto, simultaneamente, concretizam os planos de vida e decarreira que formularam para si próprios. Indivíduos que não tenham uma atitude passiva perante a própria história, porque o emprego e o saláriocada vez mais deixarão de existir.
A nova economia não admite nem assalariados nem patrões. As empresas estãoem busca de empresários dos conhecimentos, das habilidades e dascompetências que dominam, capazes de fazer acontecer, exercendo a liberdade com responsabilidade.
Isso significa que as oportunidades de trabalho estarão reservadas para quemtenha sido preparado não para obedecer ordens, mas para conquistar esatisfazer clientes e, como autêntico parceiro, se autorremunerar por meiode parte dos resultados que produzir.
Os resultados gerados têm que ser maiores do que as necessidades desobrevivência da empresa e de quem os gerou, de modo que o excedente possaservir ao crescimento de ambos e à criação de novas oportunidades detrabalho, sedimentando ciclos de crescimento orgânico que se traduzam emprocessos contínuos de renovação de lideranças e de sucessão de gerações.
O que as organizações que atuam em ambientes negociais cada vez maiscomplexos e competitivos esperam é que seus futuros integrantes sejampreparados para ser protagonistas de atos e fatos que façam diferença,impulsionados pelas próprias forças e pela força das circunstâncias, compensamento global e ação local, decidindo com eficácia e fazendo comeficiência, dotados de criatividade embasada no conhecimento e na intuição ede uma visão otimista do futuro.
Ao formar essa nova geração, nossas universidades atuarão como agentes deemancipação pessoal, estimuladoras da autonomia produtiva e vetores de umanova consciência que refuta o tradicional conceito de emprego, altera opadrão de dependência do trabalhador perante o mercado e transcende asvisões estreitas que preferem apostar no anacrônico conflito entre o capitale o trabalho.
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