Dalila Pereira1
O tema hiperatividade está em voga atualmente nas escolas e nas Instituições de Ensino em geral. O grande problema é o tratamento dado às crianças e as famílias quando surge a questão. Como é feito o encaminhamento da criança e mais importante com é reportado aos pais pela escola a situação, melhor dizendo a suspeita que de seu filho precisa de um acompanhamento multidisciplinar.
Tudo está transcorrendo dentro da normalidade na vida da criança, até que ela vai para escola, lá ela é submetida há inúmeras regras de boa convivência, que serão base para socialização da mesma. Então, sem nenhuma preparação os pais são comunicados que precisa comparecer a escola para uma reunião, cujo assunto é o comportamento inadequado de seu filho. Primeiramente, porque até então não havia nada de errado com seu comportamento, ele é apenas um menino um pouco mais agitado ou levado que os outros. Segundo, porque a escola na maioria dos casos aponta o problema, mas, não apresenta um caminho a ser trilhado, para que o sofrimento da criança e da família seja minimizado.
A escola muitas vezes fica com a missão de repassar essa informação para os pais, porém deve-se pensar em uma maneira adequada, pois, quando isso não acontece toma uma proporção muito maior, causando mais sofrimento e ansiedade na família. Em uma oportunidade recente acompanhei de perto um caso, onde a mãe foi convocada pela escola para uma reunião e informada das suspeitas de que seu filho pudesse ter o transtorno de Hiperatividade (ADHD). Ela assiste uma fita gravada na escola, onde mostra o comportamento de seu filho com os colegas de classe. Segundo o relato da mãe foi uma experiência muito sofrida, além de ser informada que havia algo de errado com seu filho, a escola não sabia muito bem o que indicar para ela. Como ela deveria proceder diante da situação, quais as providências tomar. Seria melhor procurar um médico psiquiatra, um psicólogo comportamental, ou mesmo colocá-lo para fazer quem sabe algum esporte. Segundo a mãe a sensação foi de enorme impotência diante de um fato, apresentado pela escola. O que podemos cogitar com essa situação é que a escola possui profissionais que são capazes de identificar os alunos que supostamente tem o ADHD( Perturbação por Déficit de atenção e hiperatividade), mas não sabem dar um direcionamento paras as famílias após as suspeitas.
O discurso predominante atualmente para ADHD é o da medicina, que afirma que as pessoas que possuem este transtorno são nasceram com uma disfunção no cérebro, melhor dizendo no lobo frontal, trata-se de um transtorno químico, causado pela baixa de dois neurotrasmissores: a dopamina e a noradrenalina. Segundo a medicina o problema não tem haver com a inteligência, mas com a perda de foco de objetividade, as pessoas com esse transtorno não fixam sua atenção e tem dificuldades em definir prioridades, e ainda terminar dar continuidade as tarefas que se propõem a executar. O tratamento médico para o transtorno são o metilfenidato (a Ritalina), e a bupropiona, ou ainda a atomoxetina que é um tipo de anti-depressivo em conjunto com a terapia – comportamental.
Temos o discurso da psipedagogia que se limita ao um diagnóstico de suspeita do transtorno, ou seja, a criança é observada em suas atividades em sala de aula, suas interações com os colegas e entrevistas com os pais. É avaliado também o rendimento escolar e o desenvolvimento da criança comparado com outras. Os psicopedagógos não devem fazer um diagnóstico, apenas apresentam aos pais uma suspeita e um pedido para o encaminhamento da criança para um profissional avaliar.
A psicanálise segundo Pretes, tem muito a contribuir no tratamento dos casos de ADHD pois o problema não é mais tratado como sendo ao biológico, mas motivos ambientais podem ser a causa do problema. Segundo o autor tanto a família quanto escola são lugares onde os sujeitos entram em contato com a ordem e com a disciplina, e a escola assume o lugar dos pais nesta missão de ordenar, e disciplinar o sujeito. Desta forma, as crianças que tentam burlar as regras impostas estão fazendo emergir o sujeito inconsciente, e pode ser na escola que este pode aparecer com maior força, e quando confrontado surgir o sintoma. Neste ponto para Prestes, o discurso médico tende a falhar, porque segundo ele o encontro sexual não entre os falantes é ditado pelo mal-entendido e pela contingência. As respostas para as indagações das crianças serão sempre insuficientes, não se sustentam por muito tempo. A sexualidade para as crianças será sempre um grande enigma, e será nesta falta do saber a respeito da verdade do sexo que aparecerá o sintoma. Este sintoma é na verdade algo implícito na realidade do casal, algo velado que não se pode mesmo saber ou não se quer saber.
A criança serve de objeto para sua mãe e sua mãe é objeto do pai, porém a criança divide a mãe é papel de o pai fazer a interdição nesse gozo, impedindo a completude da mãe com a criança. Mas, mãe deve permitir a entrar deste Outro, o pai deve ter permissão da mãe para entrar, a mãe toda fálica tem dificuldades em aceitar que seu papel não é ficar parado no gozo com a criança. Para que a criança seja advertida que a mãe não é só dela, o pai deve dividir essa mãe, se o pai não cumpre esse papel pra com a mãe cabe ao filho fazê-lo. Então uma criança com esse papel pode desenvolver como sintoma a condição de hiperatividade. Essa criança hiperativa tende a se movimentar muito segundo o autor, ela está à procura do limite da castração paterna. Esse sujeito fica as voltas com sua falta de medida.
Desde modo é preciso primeiramente antes de tudo avaliar todo o contexto no qual a criança está inserida, para que não se cometam falhas no diagnostico e no encaminhamento para um tratamento. Segundo a psicanálise a cura de uma criança com este transtorno seria deslocar a criança da posição de objeto de desejo da mãe, tirá-la do lugar de sintoma da família para que ela possa encarregar de seu próprio sintoma, emergindo então o sujeito desejante.
Referências:
Site Banco de saúde: http://www.bancodesaude.com.br/tdah/tdah acesso em 12/10/09.
Site da Revista VEJA, entrevista com a Psiquiatra: Ana Beatriz, http://veja.abril.com.br/300909/eu-achava-burra-p-019.shtml. Sobre ADHD( Perturbação por Déficit de atenção e hiperatividade).
Texto: PRESTES, Cwaigman Sérgio. A criança perverso-polimorfa e a hiperatividade. Psicanalista – Membro da Escola Lacaniana de Psicanálise – RJ. Doutor em Psicologia – IP/UFRJ.
O tema hiperatividade está em voga atualmente nas escolas e nas Instituições de Ensino em geral. O grande problema é o tratamento dado às crianças e as famílias quando surge a questão. Como é feito o encaminhamento da criança e mais importante com é reportado aos pais pela escola a situação, melhor dizendo a suspeita que de seu filho precisa de um acompanhamento multidisciplinar.
Tudo está transcorrendo dentro da normalidade na vida da criança, até que ela vai para escola, lá ela é submetida há inúmeras regras de boa convivência, que serão base para socialização da mesma. Então, sem nenhuma preparação os pais são comunicados que precisa comparecer a escola para uma reunião, cujo assunto é o comportamento inadequado de seu filho. Primeiramente, porque até então não havia nada de errado com seu comportamento, ele é apenas um menino um pouco mais agitado ou levado que os outros. Segundo, porque a escola na maioria dos casos aponta o problema, mas, não apresenta um caminho a ser trilhado, para que o sofrimento da criança e da família seja minimizado.
A escola muitas vezes fica com a missão de repassar essa informação para os pais, porém deve-se pensar em uma maneira adequada, pois, quando isso não acontece toma uma proporção muito maior, causando mais sofrimento e ansiedade na família. Em uma oportunidade recente acompanhei de perto um caso, onde a mãe foi convocada pela escola para uma reunião e informada das suspeitas de que seu filho pudesse ter o transtorno de Hiperatividade (ADHD). Ela assiste uma fita gravada na escola, onde mostra o comportamento de seu filho com os colegas de classe. Segundo o relato da mãe foi uma experiência muito sofrida, além de ser informada que havia algo de errado com seu filho, a escola não sabia muito bem o que indicar para ela. Como ela deveria proceder diante da situação, quais as providências tomar. Seria melhor procurar um médico psiquiatra, um psicólogo comportamental, ou mesmo colocá-lo para fazer quem sabe algum esporte. Segundo a mãe a sensação foi de enorme impotência diante de um fato, apresentado pela escola. O que podemos cogitar com essa situação é que a escola possui profissionais que são capazes de identificar os alunos que supostamente tem o ADHD( Perturbação por Déficit de atenção e hiperatividade), mas não sabem dar um direcionamento paras as famílias após as suspeitas.
O discurso predominante atualmente para ADHD é o da medicina, que afirma que as pessoas que possuem este transtorno são nasceram com uma disfunção no cérebro, melhor dizendo no lobo frontal, trata-se de um transtorno químico, causado pela baixa de dois neurotrasmissores: a dopamina e a noradrenalina. Segundo a medicina o problema não tem haver com a inteligência, mas com a perda de foco de objetividade, as pessoas com esse transtorno não fixam sua atenção e tem dificuldades em definir prioridades, e ainda terminar dar continuidade as tarefas que se propõem a executar. O tratamento médico para o transtorno são o metilfenidato (a Ritalina), e a bupropiona, ou ainda a atomoxetina que é um tipo de anti-depressivo em conjunto com a terapia – comportamental.
Temos o discurso da psipedagogia que se limita ao um diagnóstico de suspeita do transtorno, ou seja, a criança é observada em suas atividades em sala de aula, suas interações com os colegas e entrevistas com os pais. É avaliado também o rendimento escolar e o desenvolvimento da criança comparado com outras. Os psicopedagógos não devem fazer um diagnóstico, apenas apresentam aos pais uma suspeita e um pedido para o encaminhamento da criança para um profissional avaliar.
A psicanálise segundo Pretes, tem muito a contribuir no tratamento dos casos de ADHD pois o problema não é mais tratado como sendo ao biológico, mas motivos ambientais podem ser a causa do problema. Segundo o autor tanto a família quanto escola são lugares onde os sujeitos entram em contato com a ordem e com a disciplina, e a escola assume o lugar dos pais nesta missão de ordenar, e disciplinar o sujeito. Desta forma, as crianças que tentam burlar as regras impostas estão fazendo emergir o sujeito inconsciente, e pode ser na escola que este pode aparecer com maior força, e quando confrontado surgir o sintoma. Neste ponto para Prestes, o discurso médico tende a falhar, porque segundo ele o encontro sexual não entre os falantes é ditado pelo mal-entendido e pela contingência. As respostas para as indagações das crianças serão sempre insuficientes, não se sustentam por muito tempo. A sexualidade para as crianças será sempre um grande enigma, e será nesta falta do saber a respeito da verdade do sexo que aparecerá o sintoma. Este sintoma é na verdade algo implícito na realidade do casal, algo velado que não se pode mesmo saber ou não se quer saber.
A criança serve de objeto para sua mãe e sua mãe é objeto do pai, porém a criança divide a mãe é papel de o pai fazer a interdição nesse gozo, impedindo a completude da mãe com a criança. Mas, mãe deve permitir a entrar deste Outro, o pai deve ter permissão da mãe para entrar, a mãe toda fálica tem dificuldades em aceitar que seu papel não é ficar parado no gozo com a criança. Para que a criança seja advertida que a mãe não é só dela, o pai deve dividir essa mãe, se o pai não cumpre esse papel pra com a mãe cabe ao filho fazê-lo. Então uma criança com esse papel pode desenvolver como sintoma a condição de hiperatividade. Essa criança hiperativa tende a se movimentar muito segundo o autor, ela está à procura do limite da castração paterna. Esse sujeito fica as voltas com sua falta de medida.
Desde modo é preciso primeiramente antes de tudo avaliar todo o contexto no qual a criança está inserida, para que não se cometam falhas no diagnostico e no encaminhamento para um tratamento. Segundo a psicanálise a cura de uma criança com este transtorno seria deslocar a criança da posição de objeto de desejo da mãe, tirá-la do lugar de sintoma da família para que ela possa encarregar de seu próprio sintoma, emergindo então o sujeito desejante.
Referências:
Site Banco de saúde: http://www.bancodesaude.com.br/tdah/tdah acesso em 12/10/09.
Site da Revista VEJA, entrevista com a Psiquiatra: Ana Beatriz, http://veja.abril.com.br/300909/eu-achava-burra-p-019.shtml. Sobre ADHD( Perturbação por Déficit de atenção e hiperatividade).
Texto: PRESTES, Cwaigman Sérgio. A criança perverso-polimorfa e a hiperatividade. Psicanalista – Membro da Escola Lacaniana de Psicanálise – RJ. Doutor em Psicologia – IP/UFRJ.
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